´Deixa estar que eu ajudo´

2023-09-30

Deixa estar que eu ajudo...

Quantas vezes dissemos nós esta frase às nossas crianças? Quantas vezes tirámos da mão da criança para fazermos nós, só porque é mais rápido? Quantas vezes vemos a criança a tentar e automaticamente pomos a nossa mão?

Ao tentar, a criança está a desafiar-se, está a perceber como funciona, está a desenvolver as suas capacidades motoras e cognitivas. Está a ganhar consciência de que é capaz, de que consegue fazer sozinha.

O que acontece quando o adulto intervém sem haver necessidade, sem haver um pedido de ajuda, só porque vê que a criança AINDA não conseguiu? Nesse momento estamos a impedir que a criança se desafie, se coloque à prova. Estamos a mostrar-lhe que ela não é capaz, que não consegue fazer. Pomos em causa a sua auto-estima. Estamos a contribuir para que não seja autónoma. Tudo leva o seu tempo.

Mas como aprendem as crianças?
A resposta é simples: a brincar... A fazerem sozinhas, a explorar, a sentir, a experiênciar. A criança aprende quando se envolve com os materiais, com o ambiente, com os pares. É nessa exploração que vão construindo ideias à cerca do mundo que as rodeia. E aí que aprendem como se faz. E de tanto experimentarem, um dia vão conseguir fazer mais rápido.

A autonomia é um processo gradual que começa desde cedo e que se vai desenvolvendo à medida que damos essa liberdade à criança. Quanto mais ela poder fazer, mais vai desenvolver as suas capacidades. Na realidade, nós não "damos" autonomia à criança. Nós damos espaço para que ela a ganhe. O adulto deve então assumir um papel de observador e orientador e se necessário, poderá então incentivar, apoiar, propor novos desafios. É importante que a criança sinta que acreditamos nela e não queira desistir.


Fomentar a autonomia nas crianças faz com que estas crescam com responsabilidade e maturidade. Desta forma, aprendem a tomar as suas decisões, a serem ativas na busca de conhecimento, a confiarem nas suas capacidades e querem fazer sempre mais.

Como já dizia o antigo provérbio, "o trabalho do menino é pouco, mas quem não a aproveita é louco".

 
Educadora Marta Esparteiro
 

Tags: obolinha,autonomia,crianças

« Voltar